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“O Céu é meu teto, a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha religião”

 

Há uma lenda, passada de geração a geração, que diz que o povo cigano foi guiado por um rei e que se instalaram em uma cidade da Índia chamada Sind onde eram muito felizes. Mas em um conflito, os muçulmanos os expulsaram, destruindo toda a cidade e, desde então, foram obrigados a vagar de uma nação a outra.

 

A hipótese mais aceita sobre a origem do Povo Cigano é que esta se deu na civilização da Índia Antiga, talvez dois ou três milênios antes de Cristo. Depois de vagarem pelas Terras do Oriente, os ciganos invadiram o Ocidente e espalharam-se por todo o mundo. Essa invasão foi uma das únicas na história da humanidade que foi feita sem guerras, dor ou derramamento de sangue.

 

Com espírito essencialmente nômade, o Povo Cigano é guardião da Liberdade. Em sua maioria, os ciganos são artistas (de muitas artes, inclusive a circense) e exímios ferreiros, fabricando seus próprios utensílios domésticos, jóias e selas.

 

A língua cigana, o romani, é de família indo-européia. Pelo vocabulário e gramática, está ligada ao sânscrito. Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estreitamente aparentada a línguas vivas tais como o hindi, o goujrathi, o marathe, o cachemiri. No entanto, os ciganos assimilaram muitos vocabulários dos paises por onde passaram.

 

A família é a base da organização social dos ciganos. O comando normalmente é exercido pelo considerado mais capaz, uma vez que os ciganos respeitam acima de tudo a inteligência.

A figura feminina também tem sua importância e é comum haver lideranças femininas.

 

Desde crianças, os ciganos ouvem e dançam as seguidillas, a rumba, as alegrias e o flamenco entre outros ritmos tradicionais, produzidos pelas guitarras, violinos, violões, acordeões, cimbalos, castanholas, pandeiros, palmas de mãos e batidas dos pés.

 

A dança não é encarada como um ofício pelos ciganos. As apresentações são feitas para divulgar um lado tão belo e cheio de magia dessa tradição que a todos fascina.

 

O misticismo e a religiosidade fazem parte de todos os hábitos da vida cigana. A maior parte deles acredita em um único Deus (Dou-la ou Bel) em eterna luta com o demônio (Deng).

 

Normalmente assimilam as religiões do lugar onde se encontram, mas jamais deixam de lado o culto aos antepassados, o temos dos maus-olhados, a crença na reencarnação e na força do destino (baji). O mais importante para o Povo Cigano é interagir com a Mãe Natureza respeitando seus ciclos e sua força geradora e provedora.

 

A peregrinação mais conhecida hoje é a de Saintes Maries de la Mer, na região de Camargue, no sul da França. A peregrinação é acompanhada de muita música e dança, cujo simbolismo representa o processo de purificação e renovação da natureza.